quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

O incompreensível teatro do amor.



O incompreensível teatro do amor.

É exatamente quando as palavras fogem à mente que nós nos debruçamos sobre as teclas que a muito se tornaram nossas amigas mais fieis; deixando de acreditar nos lábios humanos que metem para nos convencer de sentimentos incertos, percebemos como tudo que um dia acreditamos ser era apenas um fruto de uma coletividade tão desprezível; eu gosto é do inesperado, e as raízes da rebeldia já tomaram meu peito.
Muitas vezes tenho vontade de gritar, mas me pergunto, pra que? A minha garganta hoje tão rouca não suportaria ser estuprada mais uma vez por sua surdez infame; as lembranças do que um dia foi pele ao deitar em minha pele, me deixam tão nauseado quanto feliz; e eu não me recordo bem quanto tempo faz que me entreguei a esse estado moribundo de amar.
Suas mentiras fazem tanto sentido que reconfortam minha necessidade masoquista pela verdade, elas me salvam de mim e recriam-me um gozo tão infantil, de chorar por ilusões. Tão artista sou que torno nossas vidas tão vazias e belas; mais então me pergunto, quem esta assistindo o meu espetáculo de molestar a mim mesmo? E quem irá aplaudir quando o fim for inevitável? As cortinas já se fecharam.
O tempo é uma medida de contar os momentos que correm em nossas vidas, e essa necessidade de somar e subtrair nos atira violentamente à idéia de fracasso de nada ter, mesmo quando temos tudo! E o mais triste não foi o que minhas lágrimas rascunharam apouco, mais sim o fato de tudo isso ser tão agradável e víciante que não somos capazes de não mais sofrer.

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