quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

A complexa certeza de alguém...


A complexa certeza de alguém...

As vezes no meio da noite eu acordava e com os olhos vidrados nas sombras que se movem em meu quarto, então parava e pensava um pouco no passado; não demorava para eu me arrepender, nessas horas a vontade de desabafar vinha a tona com tanta força que desalinhava os pensamentos e fechava meus olhos mesmo quando não queria assim.

Outro dia eu resisti, deixei meus olhos bem abertos a observar a janela, tentando compreender como o tempo passa e no final mais uma vez eu não entendi como ocorre essa trajetória. As luzes se ascenderam na cidade e do alto debruçado em meus sonhos lúcidos eu apenas observei mais uma vez o vai e vem incansável e corriqueiro dos homens de bem.

Como algo me surpreenderia se não fora aquela a primeira noite que o sono me deixou para visitar os cansados de pensar? As nuvens vieram até mim, cheias de duvidas e perguntas, e em meio aos seus lamentos percebi finalmente o que ocorria e o por que de tantas noites a fio observando o vazio que o tempo não supria.

Uma chuva forte caiu do céu numa noite enferrujada, e finalmente o vento frio tocou minha face como um tapa que me ascendia para uma verdade que por pensar demais eu reneguei mais que a mim. Dos céus caem as duvidas, as expectativas, as lembranças e tudo aquilo que acreditamos ser inalcançável; até ai tudo bem eu já sabia; o motivo da minha insônia é que ao contrario de todos os que recebiam as águas da duvida eu percebia nascer em minha vida uma torrente de soluções.

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